Falésias
que são um promontório,
Ponta
de um continente em agonia.
Espelho
de um europeísmo ilusório,
Vela
moribunda, que já não alumia.
Com
impudência chamaram-lhe União,
Ignorando
a sua falta de homogeneidade.
E
agora que têm pela frente o Rubicão,
Procuram
alijar a sua responsabilidade.
Essas
mentes que se julgam brilhantes,
Apontam
regras que se dizem necessárias.
Entre
elas a de se tornarem assaltantes,
Decididos
a pilhar até as contas bancárias.
E
que não existam quaisquer ilusões:
Eles
introduzir-se-ão no nosso lar,
Para
nos levar os derradeiros tostões,
E
tudo o que estivar à mão de semear.
São
homens que mostram pouca valia,
Sempre
numa atitude altaneira e patética.
Apajeados
por uma medonha burocracia,
Que
vê gorduras numa União esquelética.
Parece
um estranho mundo de idiotas,
Cujas
decisões só servem para inquietar,
Facilitando
a vida de abutres e agiotas,
Que
com avidez tudo procuram sugar.
Talvez
fosse melhor para este vetusto país,
Desligar-se
desta situação que é decadente,
Como
se abandonasse uma velha meretriz,
Que,
já sem atrativos se tornasse exigente.
André Sargaço
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