"Com a chegada da
recessão em 1930, as dificuldades agravaram-se e as populações, já
anteriormente carenciadas, ainda ficaram mais fragilizadas. Desde o princípio
do século que a instabilidade política era a causa apontada para o grande colapso
em que viviam as comunidades rurais em Portugal. Agora, para esta agonia
económica, teria contribuído essencialmente a crise a nível mundial, como
reflexo ainda da Primeira Grande Guerra que doze anos depois, teimava em semear
dramas.
Para tentarem fugir à
penúria que não parava de os molestar, todos os homens válidos, mas sem pão no
açafate, cujo passadio se limitava a um caldo de couves, boiando sem
condimentos por o azeite se destinar à candeia fumarenta, com um pouco de broa
migada para que o seu bolor se desvanecesse, todos eles olhavam para o
horizonte com alguma esperança, sobretudo em época de ceifas, nas grandes
planícies do Alentejo ou na província de Badajoz em Espanha."
In Madrugadas de Esperança.
In Madrugadas de Esperança.
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