Quando me afoitei na torrente fluvial, Entraste em pânico e acudiste, Com a dádiva da amizade de animal, Que entre os homens já não existe.
terça-feira, 1 de março de 2016
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
DESCIDA AO INFERNO
Nesta manhã, ao virar de uma
esquina, deparei-me com uma mulher, de aparência jovem, a inspecionar os
detritos de um contentor do lixo. Reparei naquele corpo franzino que envergava roupa
muito aligeirada, aparentemente, alheio ao frio que se
fazia sentir e deduzi que deveria passar por muitas carências. Com notada
determinação remexia o conteúdo como se dessa busca dependesse a sua primeira
refeição do dia.
Infelizmente, um cenário que vai sendo frequente a cada dia que passa, fruto de uma sociedade cada vez mais desigual, num país onde o altruísmo dos políticos parece funcionar apenas em proveito dos seus próprios interesses e nunca em benefício do cidadão. Enfim, a mim, com uma longa vivência em cenários de guerra, já nada me surpreende, mas aqui, o que me tocou verdadeiramente foi a presença de uma criança de tenra idade, sentada junto ao contentor, num pequeno quadriciclo, que assistia ansiosa ao manipular do lixo e que palrava uma linguagem indecifrável, tentando assim dialogar com a progenitora.
Infelizmente, um cenário que vai sendo frequente a cada dia que passa, fruto de uma sociedade cada vez mais desigual, num país onde o altruísmo dos políticos parece funcionar apenas em proveito dos seus próprios interesses e nunca em benefício do cidadão. Enfim, a mim, com uma longa vivência em cenários de guerra, já nada me surpreende, mas aqui, o que me tocou verdadeiramente foi a presença de uma criança de tenra idade, sentada junto ao contentor, num pequeno quadriciclo, que assistia ansiosa ao manipular do lixo e que palrava uma linguagem indecifrável, tentando assim dialogar com a progenitora.
Mergulhada na indignidade a que
a vida a conduzira, a jovem mãe vasculhava os restos dos outros para mitigar as
suas carências. A procura era tão absorvente que a tornava indiferente ao
que se passava à sua volta, mas ainda assim, parecia interagir com a criança
que não desviava os olhitos dos seus movimentos. A pobre coitada, depois de um
primeiro combate sem o sucesso que esperaria, empurrou o carrinho até junto de
outro contentor e entregou-se novamente à luta, em busca de algum aconchego.
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
quarta-feira, 27 de janeiro de 2016
domingo, 10 de janeiro de 2016
quinta-feira, 7 de janeiro de 2016
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
NINDA
Ninda, um lugar perdido algures nas terras do fim do mundo.
O tempo vai passando
indiferente às agruras de quem viveu dias de incerteza a bordo de uma nau
tormentosa, calcorreando trilhos ou mata densa, ao longo daquela imensidão
desoladora. Lamentavelmente, toda essa gente foi esquecida e abandonada pela Pátria que tão generosamente serviram.
Subscrever:
Mensagens (Atom)