Quando me afoitei na torrente fluvial, Entraste em pânico e acudiste, Com a dádiva da amizade de animal, Que entre os homens já não existe.
quarta-feira, 22 de julho de 2015
quarta-feira, 1 de julho de 2015
MOINHOS DE ÁGUA
Obreiros de outros tempos, os moinhos de água eram edificados em pedra nua de xisto ao longo das margens serpenteadas das ribeiras, bordadas, aqui e acolá, por caprichados lameiros de semeadura, ideais para o cultivo de milheirais. Ao longo dos séculos, viram passar muitas gerações de moleiros e foram palco de muitas histórias de vida. Algumas reais, que ilustravam as agruras dos moleiros de ocasião carregando os cereais por incontáveis precipícios. Outras, fruto da imaginação, relatando medos e encantamentos ou situações insólitas com abordagem do sobrenatural.
Hoje, os tempos são outros e os moinhos de água perderam a importância que tinham naquela época e como não podia deixar de ser, seguiram a mesma trajetória decadente das terras de semeadura. Todo esse declínio, entre outros fatores, ficou a dever-se à desertificação de todo o interior em benefício do litoral.
Hoje, os tempos são outros e os moinhos de água perderam a importância que tinham naquela época e como não podia deixar de ser, seguiram a mesma trajetória decadente das terras de semeadura. Todo esse declínio, entre outros fatores, ficou a dever-se à desertificação de todo o interior em benefício do litoral.
terça-feira, 23 de junho de 2015
terça-feira, 2 de junho de 2015
segunda-feira, 25 de maio de 2015
ALAMBIQUE
Ainda há quem utilize os alambiques, mas já são
poucos. Só alguns, mais velhos, vão resistindo à erosão provocada pela
desertificação e pelo tempo que não para de nos surpreender. Até porque a produção
de aguardentes é uma arte muito trabalhosa, requer muita paciência e conhecimentos
de vária ordem, tanto na fermentação como no fabrico. Sem esse conhecimento, que
era transmitido de geração em geração, não será, naturalmente, possível obter um
produto destilado de excelente qualidade. Principalmente nas aguardentes que
obrigam a uma elaboração muito cuidada como é o caso do medronho e do mel. Quanto
ao medronho, para além dos cuidados de fermentação e destilação, a qualidade depende
também da apanha de um fruto maduro.
Com o abandono das terras de semeadura, depois da
década de sessenta, do século passado, as destilarias artesanais foram desaparecendo
a par dos seus proprietários que rumaram a outras paragens ou simplesmente
chegaram ao entardecer da vida. Até então, embora clandestinas, faziam parte da
identidade cultural de muitas aldeias do interior de Portugal, onde as diversas
variedades de aguardentes de alambique eram procuradas pelos bons apreciadores.
Qualquer aldeão que possuísse uma vinha, por mais pequena que fosse, só por
falta de condições logísticas não instalava também um alambique para fabricar a
aguardente de bagaço. No entanto, para além do bagaço, quando tinha tempo
disponível, também se ocupava com outros tipos de aguardente.
A par de toda essa arte, durante a destilação de
aguardentes alguns produtores angustiavam com o receio de virem a ser apanhados
em plena laboração. A destilação em alambiques é alcoviteira. Denuncia
facilmente o produtor. Então, para tentar fugir a isso, muitas vezes a destilação
era feita à noite para iludir a fiscalização que conhecendo de perto a vivência
do povo tentava a todo o custo mostrar serviço.
Hoje, todo esse conhecimento e essa arte popular corre
o risco de se perder, pondo em causa a identidade cultural de toda uma região.
terça-feira, 19 de maio de 2015
quinta-feira, 14 de maio de 2015
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